Das viagens :
O senhor Gonçalo inquilino , livreiro monocromático, amante dos senhores das senhoras empacotadas.Com olhar fixo, produz aforismos delirantes.
Olhos de rios distantes.Sempre a procurar as nascentes.
Por que procurar as nascentes
se os rios sempre fogem delas?
Rio quer ser mar
e os que morrem no caminho são os mais humanos.
Senhor Gonçalo afirma.
Gonçalo me vistou no último dia.
Só aqueles que nunca desembrulham a bagagem podem viajar.
Da reclusão:
Calmaroso é o tempo que não podemos escolher.
Os silêncios dão voltas nas paredes e sempre acabam concentrados entre o peito e o umbigo.
Dizem que nossas barbas já não escondem nada.
dos nossos olhos podem ver um raso sem fim.
Entre as gravatas marciais e protestos florais,
Andar pela beirada da história é o que nos resta.
Libações por aqui são esparsas.
Uma centena de dedos em média em uma re-união.
Sem óleos , nem pequenas promessas
que sempre ficam escondidas em um outro lugar.
Beijos amargos de café.D.